Caso de RACISMO, a Laço Afro vai compartilhar sim!
Sem dúvidas, um caso de racista, neste sábado (18/04/2020) no Hospital Dom João Becker, em Gravataí (RS) que acabou resultando em morte. Um idoso de 62 anos, segundo relatos de testemunhas, foi humilhado e agredido pela equipe do Hospital Dom João Becker após ser acusado de furtar um celular e, sua esposa, faleceu em meio à situação.
Pasmem! O celular de uma técnica de enfermagem desapareceu. Então alguém, ou todos deduziram que foi o senhor negro. Isso é racismo? Será? Pra entrar no quarto onde a esposa dele estava internada, 4h da manhã, revirando tudo, chegando até a tirar a fralda da mulher!? Agredir verbal e fisicamente o senhor de idade, por uma dedução que só pode remeter a quê? Como? onde? quando várias técnicas de enfermagem e um segurança contratado por uma empresa terceirizada(pouco importa nessa altura do campeonato) vai entrar e revirar agredindo, clientes em estado de saúde abalado? Vai fazer justiça com as próprias mãos agora? O Senhor de idade era inocente, até porque o celular foi achado depois! Depois da humilhação, depois da agressão, depois da Esposa dele ver tudo, passar mal, ter um infarto e morrer!
É difícil aceitar… perceber…. mas tem que admitir. Não tem como se corrigir onde não há erro. Não se pode deixar de ser racista quem não se acha. E assim, vamos seguindo….
“Depois de tudo eles queriam me agradar, trouxeram maçã, pão e suco, como se isso fosse amenizar a humilhação que passei e a vida da minha esposa, estou destruído por dentro”, relatou o senhor agredido.
E agora? A vida desta senhora pode ter sido tirada assim, por causa de um achismo desses?
Eu realmente gostaria de saber o que um Advogado diria disso tudo. O que acontece agora?
A vida, ninguém traz mais. E todo esse vexame e trauma?! Alguém realmente acha que um pedido de desculpas resolve tudo, no país da boa intenção?
Eu juro!!!!! Juro que estou escrevendo e fazendo um esforço pra não pensar, porque é difícil acreditar que isso é verdade. É nojento demais para ser verdade.
E não tem como não lembrar do livro “Entre o Mundo e Eu” no trecho onde o escritor Ta-Nehisi Coates relata quando ele quase foi alvo:
“O garoto de olhos pequenos procurou algo dentro da jaqueta de esqui e puxou uma arma. Eu me lembro disso em câmera lenta, como se fosse um sonho. Ali estava o garoto brandindo uma arma, a qual lentamente sacava, escondia, depois sacava mais uma vez e em seus olhos pequenos vi crescer uma fúria que, num instante, seria capaz de apagar meu corpo. Isso foi em 1986. (…) Ele não atirou. Seus amigos o puxaram para trás. Ele não precisou atirar.Tinha afirmado qual era o meu lugar na ordem das coisas. Fez saber quão facilmente eu poderia ser o escolhido. (…) Lembro-me de ter ficado assombrado com o fato de a morte poder tão facilmente surgir do nada na tarde de um menino e se espraiar como a neblina.”
OUTRA MATÉRIA SOBRE O CASO
a) UOL
:: Wilton Bernardo | Estúdio Laço Afro
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